Há mulheres que vivem 20 e 30 anos sob o jugo de uma relação violenta. São mulheres adultas, e por isso pergunta-se porquê.
Há homens que vivem no mesmo período de tempo no papel de agressores. Saem de casa para ir trabalhar, convivem com amigos/as, vizinhos/as, colegas e ninguém faz ideia do que se passa “lá dentro”, quando voltam ao fim do dia para casa.
Face a esta realidade, podemos reflectir sobre várias “estranhezas”. Por que nos referimos a mulheres no papel de vítimas e homens no papel de agressores? O que é que paralisa uma pessoa durante tanto tempo numa permanência diária de sofrimento? Seremos nós, os amigos/os colegas/ os vizinhos/ os cegos e cegas para uma realidade tão gritante que acontece mesmo ali ao lado, muitas vezes na nossa própria família?
No dia 25 de Novembro assinala-se o “Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres”. Os números não deixam dúvidas, em Portugal desde 2004 até ao final de Outubro deste ano, morreram 216 mulheres, vítimas de homicídio conjugal e em média, cerca de 90% das denúncias ou pedidos de ajuda para situações de violência doméstica têm a mulher como vítima. Ao nível mundial, e alargando o âmbito da violência contra as mulheres basta pensarmos que, por ano, 4 milhões de mulheres de todas as idades são compradas como “mercadoria” para prostituição, escravatura e casamentos forçados e que 2 terços das crianças que actualmente nunca foram à escola são raparigas (…) As crianças e jovens que são vitimas de violência doméstica pela agressão física, verbal, psicológica, económica ou sexual, ao crescerem, transformam-se, em muitos casos, em adultos nos agressores. É urgente quebrar o ciclo e franquear um futuro de menos constrangimento quando se trata de nos auto-determinarmos, sejamos mulheres ou homens.
Excerto de um artigo de Joana Peres
SEIES/Projecto VOA
Excerto de um artigo de Joana Peres
SEIES/Projecto VOA
Fonte: Jornal Cultural e de Debate, O Sul
Parabéns mais umas vez ao grupo , por a informação soliciatada , e pelo excelente blog.
ResponderEliminarBruno Morais